Exército suspende autorizações para armas restritas após STF decidir contra decretos de Bolsonaro

15/09/22

Por josé Marques e Raquel Lopes

blogfolhadosertao.com.br

 Com base na decisão liminar do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin, o Exército suspendeu a autorização da compra de armas de uso restrito a CACs (caçadores, atiradores e colecionadores).

O ministro determinou, no último dia 5, restrições sobre o número de armas e munições que podem ser obtidas pelos CACs sob o argumento de aumento do risco de violência política na campanha eleitoral. A suspensão vale apenas para armas de uso restrito que podiam ser obtidas por CACs, como o fuzil.

“A medida cautelar proferida na ADI 6.139 suspendeu as autorizações para aquisição de armas de uso restrito, que não se destinem ao interesse da Segurança Pública ou da Defesa do Estado”, disse a Força, em nota.

As três ações nas quais Fachin determinou restrições nas compras de armas e de munições serão julgadas no plenário virtual do Supremo a partir da sexta-feira (16), em uma sessão que será encerrada na terça (20).

Os 11 integrantes da corte irão avaliar se mantêm as decisões de Fachin ou se elas serão derrubadas. Esse julgamento foi considerado de “excepcional urgência” pela presidente da corte, ministra Rosa Weber.

No plenário virtual, os ministros depositam seus votos no sistema do Supremo durante um determinado período de tempo. Algum dos integrantes da corte pode interromper a votação ao pedir vista (mais tempo para análise) ou destaque (que leva o caso para o plenário físico).

A decisão de Fachin repercutiu negativamente em grupos armamentistas. Nos últimos dias foram compartilhados relatos de pessoas com dificuldade para conseguir a liberação do Exército.

Samurai Caçador, candidato a deputado estadual por São Paulo, criticou a decisão em suas suas redes sociais. Ele publicou uma imagem que mostra uma mensagem no sistema do Exército: “Está suspensa a compra de calibre restrito até a segunda ordem”.

O ministro também suspendeu parte de um dos decretos que estabelece o número de armas a serem adquiridas pelos CACs. Entretanto, a decisão não especificou se o novo quantitativo seria o mesmo da norma anterior.

O atirador desportivo, por exemplo, antes dos decretos de Bolsonaro era dividido em três níveis. O maior nível, aquele que participa de campeonatos nacionais, poderia comprar até 16 armas e 40 mil munições ao ano.

Com as mudanças, não há mais a divisão por nível e qualquer um pode comprar até 60 armas, podendo chegar a adquirir 180 mil munições anualmente.

Um mote da gestão de Bolsonaro tem sido a facilitação da compra de armas pela população. O governo federal já editou 19 decretos, 17 portarias, duas resoluções, três instruções normativas e dois projetos de lei que flexibilizam as regras de acesso a armas e munições.

Na sua gestão, além de estimular o cidadão comum a se armar, Bolsonaro deu acesso à população a calibres mais poderosos.

A decisão de Fachin se tornou mais um dos episódios de indisposição de integrantes do STF com Kassio Nunes Marques, primeiro indicado por Bolsonaro à corte.

Isso porque o debate sobre os decretos das armas já estava em andamento na corte desde o primeiro semestre de 2021, em plenário virtual, mas foi paralisado por um pedido de vista (mais tempo para análise) de Kassio em setembro do ano passado.

Após a suspensão dos julgamentos, os partidos que ingressaram com as ações pediram que Fachin decidisse forma individual, em vez de esperar a devolução da vista pelo colega.

Nas decisões, Fachin fez referências à quantidade de tempo que Kassio levou com o processo em suas mãos. Ele disse que se passou mais de um ano desde o início do julgamento e que há urgência “à luz dos recentes e lamentáveis episódios de violência política”.

“Noutras palavras, o risco de violência política torna de extrema e excepcional urgência a necessidade de se conceder o provimento cautelar”, afirmou o ministro.

Campanha de Lula aciona TSE contra site de fake news e pede “multa máxima” a Bolsonaro

15/09/22

Por 247

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“O site é impulsionado pela campanha de Bolsonaro. É proibido o impulsionamento de propaganda negativa contra outras candidaturas”, diz a campanha

www.brasil247.com - Bolsonaro e Lula
Bolsonaro e Lula (Foto: Reprodução/TV Globo | Ricardo Stuckert)A campanha do ex-presidente Lula (PT) entrou com uma representação junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quinta-feira (15) pedindo a retirada do ar do site “Lulaflix”, que traz “comprovadas fake news” sobre o petista.

“O site é impulsionado pela campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL)”, diz a Coligação Brasil da Esperança. Foi pedido ao TSE que seja aplicada à campanha de Bolsonaro a “multa máxima” por “impulsionamento de propaganda negativa” contra a candidatura de Lula, o que é “expressamente proibido”.

“Entre as fake news impulsionadas pelo site, está a que associa o ex-presidente Lula ao PCC. No início do mês de setembro,  o próprio TSE já aplicou multa a Bolsonaro e determinou a exclusão de conteúdos falsos, que ligavam o candidato Luiz Inácio Lula da Silva à facção criminosa”, argumenta a coligação.

Ministra do TSE exige remoção de propaganda ‘anti-Lula’ veiculada por Bolsonaro

Peça publicitária deve ser tirada do ar em até 24 horas devido a “irregularidades formais” em sua veiculação

www.brasil247.com - Jair Bolsonaro (PL), Lula (PT) e a ministra Maria Claudia Bucchianeri, do TSE
Jair Bolsonaro (PL), Lula (PT) e a ministra Maria Claudia Bucchianeri, do TSE (Foto: ABr | Reprodução)

A ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Maria Claudia Bucchianeri determinou a remoção, em até 24 horas, de uma propaganda ‘anti-Lula’ veiculada por Jair Bolsonaro (PL), por “irregularidades formais no material publicitário”, segundo o portal G1.

A ministra é relatora de uma ação protocolada pela campanha do presidenciável petista que denunciou a publicação alegando que a peça associa Lula a um “sistema inimigo do povo” e aos termos “espertalhões, ladrões, presidiários e assaltantes do dinheiro público” e “mensalão e petrolão”. Isso, segundo os representantes do PT, caracterizaria propaganda negativa contra o ex-presidente.

A remoção, no entanto, não se deu pelo conteúdo, e sim por problemas formais, que também foram denunciados pelos petistas. “Constato que, no caso concreto, o anúncio publicitário contratado, mesmo que enquadrado no conceito de impulsionamento, foi feito de forma irregular. Isso porque não constam do vídeo o número da inscrição do CNPJ contratante e nem mesmo o alerta de se tratar de propaganda eleitoral”, afirmou Bucchianeri em sua decisão.

“Não consta da íntegra do vídeo ora questionado a indicação da legenda do candidato ou das legendas que compõem a respectiva coligação, o que revela nova irregularidade formal, agora na mídia em si. Nesse contexto, revela-se plausível a alegação de irregularidade no impulsionamento do material publicitário impugnado, bem assim de ilegalidade em sua apresentação, por ausência de indicação das legendas partidárias integrantes da coligação respectiva”, acrescentou.

“Bolsonaro gosta da violência e quer uma guerra civil no Brasil”, diz Míriam Leitão

15/09/22

Por 247

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“O Brasil está vivendo o maior risco desde a sua constituição como Estado independente. O que quer Bolsonaro? Ele mesmo disse. Uma guerra civil”, afirma

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(Foto: Reprodução | PR)
 
 “O presidente da República tem a violência como projeto. Por isso fez o incessante trabalho de ampliar o acesso às armas, vociferar contra pessoas que ele escolhe como alvo e jamais desautorizar ato truculento de seus seguidores”, diz a jornalista Míriam Leitão em artigo publicado nesta quinta-feira (15) no jornal O Globo

Ela comenta a agressão do deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos-SP) contra a jornalista Vera Magalhães e diz que “Bolsonaro escolheu a imprensa como um dos alvos, e dentro dela mira pessoas, porque assim é o método. Ao individualizar, ele autoriza o ataque e canaliza a raiva que ele alimenta com fins políticos”.

“O governante autoritário quer eliminar a imprensa e para isso começa intimidando alguns jornalistas”, diz Míriam Leitão, que prossegue: “não por acaso as pessoas escolhidas para serem assediadas pelo presidente e por seus seguidores são mulheres. Bolsonaro com sua aversão às mulheres organiza a misoginia e alimenta o ressentimento contra o avanço feminino”.

“O presidente da República gosta da violência, ele sente prazer nela. Ele se regozija em saber, ver ou provocar o sofrimento alheio. É isso que explica sua louvação da tortura. Mas é preciso ver além da perversão. O trabalho de Bolsonaro tem tido um objetivo, uma direção, é parte do projeto maior de elevar o conflito dentro da sociedade brasileira e realizar seu sonho autoritário para o Brasil”, afirma a jornalista.

Ela aponta que Bolsonaro quer provocar uma guerra civil no país e diz que a “democracia” errou ao não puni-lo no passado. “O livro de Juliana Dal Piva sobre a corrupção da família Bolsonaro, ‘O negócio do Jair’, resgata a frase que ele disse em uma entrevista à Bandeirantes, em 1999. ‘Através do voto, você não vai mudar nada neste país. Nada, absolutamente nada. Você só vai mudar, infelizmente, quando nós partirmos para a guerra civil aqui dentro. E fazendo um trabalho que o regime militar não fez. Matando 30 mil pessoas e começando por FHC’. Esse indicador antecedente do seu projeto deveria ter sido punido com o rigor da lei. Era uma pessoa com mandato que em uma única declaração defendia a morte do então presidente, lamentava não terem morrido outros 30 mil e propunha a guerra civil. Não levar a sério um inimigo declarado e violento da democracia foi um dos erros da democracia em relação a Jair Bolsonaro”.

“Há um processo para o qual o país está sendo arrastado, com a conivência das Forças Armadas, a displicência de algumas instituições e autoridades, a bênção de algumas igrejas. Esse é o golpe. O Brasil está vivendo neste momento o maior risco desde a sua constituição como Estado independente. O que quer Bolsonaro? Ele mesmo disse há 25 anos. Uma guerra civil”, conclui.

TV Cultura repudia ataques à jornalista Vera Magalhães

15/09/22

 

Jornalista foi atacada por bolsonarista radical logo depois do debate dos candidatos ao governo de São Paulo

REPRODUÇÃO FACEBOOK
A jornalista Vera Magalhães foi atacada novamente em debate, deputado estadual ligado a Bolsonaro foi o responsável – FOTO: REPRODUÇÃO FACEBOOK

Em editorial a TV Cultura, lido no Jornal da Cultura pela apresentadora Karyn Bravo, a fundação repudia os ataques do deputado Douglas Garcia (Republicanos) à jornalista Vera Magalhães, ocorridos após o debate entre candidatos ao Governo do Estado de São Paulo, na madrugada desta quarta-feira (14/9), no Auditório Simón Bolívar, no Memorial da América Latina.

Veja os termos abaixo

O debate entre candidatos a governador de São Paulo, ontem (13/9), foi um espetáculo democrático, marcado pelo bom comportamento dos políticos, intensa troca de ideias e contraste de programas. Está de parabéns a política paulista.

É triste, no entanto, que tenhamos testemunhado mais uma agressão à liberdade de imprensa representada pelo ataque covarde de um deputado estadual bolsonarista à jornalista Vera Magalhães.

Convidado do candidato Tarcísio de Freitas, o político Douglas Garcia se aproximou agressivamente da jornalista que trabalhava no debate e repetiu literalmente as palavras do presidente Jair Bolsonaro em sua reação desmesurada no debate presidencial, duas semanas atrás.

É por demais extensa a lista de ataques às liberdades democráticas pelo presidente da República e seus apoiadores, muito especialmente na forma de violência contra mulheres jornalistas. E um levantamento recente mostra que a mais atacada é exatamente a apresentadora do Roda Viva.

Essa perversão vai muito além da covardia e terá que ser julgada e punida pela Justiça. Políticos pagos com dinheiro público não podem se beneficiar de seu cargo para atacar jornalistas e a imprensa, como fazem Bolsonaro, o deputado Douglas Garcia e tantos outros.

A TV Cultura se solidariza com Vera Magalhães e espera que o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa paulista puna o deputado, mostrando-se diferente da inércia dos órgãos de controle da Presidência da República, cooptados pela administração Bolsonaro.

TSE confirma suspensão de propaganda com Michelle Bolsonaro, por unanimidade

15/09/22
Por Luana Patriolino
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Primeira-dama extrapolou tempo previsto para comercial gratuito na condição de apoiador

 

 (crédito: EVARISTO SA / AFP)
(crédito: EVARISTO SA / AFP)

O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou mais duas decisões para suspender a propaganda eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, em que a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, aparecia em 100% do tempo. Por unanimidade, a Corte entendeu que a aparição extrapolou o limite de 25% do total previsto por lei para um apoiador.

Na propaganda, a mulher do presidente aparece os 30 segundos, tempo total do vídeo, falando sobre a transposição do Rio São Francisco. A confirmação do TSE foi protocolada em plenário virtual da Corte, sendo reiteradas duas decisões dadas pelo ministro Paulo de Tarso Sanseverino, em ações apresentadas pelas campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Ciro Gomes (PDT).

“A participação da primeira-dama Michelle Bolsonaro ocorreu em 100% do tempo das inserções na propaganda eleitoral gratuita e na condição de apoiadora, pois foi realizada com o objetivo de transferir prestígio e apoio ao representado, distanciando-se, portanto, da condição de mera apresentadora, ou seja, de pessoa que se limita a emprestar sua voz e imagem, sem acrescentar qualquer juízo de valor sobre a candidatura”, escreveu o relator.

uso da imagem de Michelle Bolsonaro tem sido a arma da campanha do presidente para se aproximar do público feminino. A última pesquisa Datafolha mostra que o chefe do Executivo possui 55% de rejeição entre as mulheres.

Justiça permite que Danilo Cabral mantenha inserções sobre emendas de Marília para orçamento secreto

15/09/22

Ascom FPP

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O desembargador eleitoral Roberto Machado negou nesta terça-feira (13) novo pedido de liminar feito pela candidata ao governo do estado pelo Solidariedade, Marília Arraes, para barrar a divulgação de propagandas do candidato a governador Danilo Cabral (Frente Popular- foto),  em rádio e televisão tratando do cadastramento de emendas feito por ela para o orçamento secreto e do apoio dado ao bolsonarista Arthur Lira na eleição da Mesa da Câmara. A decisão do desembargador Roberto Machado confirma as decisões, também em liminar, de sábado passado e desta segunda-feira, assinadas por outro desembargador eleitoral, Rogério Fialho, negando pedido de liminar com o mesmo teor. A coligação de Marília tentava contestar judicialmente a decisão de Fialho.

No texto da decisão desta terça-feira, para justificar a negativa da liminar, o desembargador Roberto Machado alega que, em um “exame perfunctório” (ou seja, de forma mais imediata), Marília “não logrou êxito em demonstrar que a propaganda objeto da representação – e que nestes autos também se ataca – se revelou difamatória ou inverídica”. A recusa do desembargador Roberto Machado à liminar de Marília ampara-se em dois alicerces argumentativos: 1 – a candidata do Solidariedade não apresentou “prova suficiente a afastar a afirmação de que Marília Valença Rocha Arraes de Alencar Pontes tenha votado em Arthur Lira dentro do cenário já retratado”; Noutra forma, 2 – “a inclusão do nome da candidata dentre aqueles que, no exercício de mandato de deputado, solicitaram verbas por meio de ‘orçamento secreto’ reflete informação que efetivamente circulou em veículo de jornalístico de comunicação, não se assemelhando a uma ocorrência fictícia”.

“A avaliação que faço tecnicamente é que os desembargadores não viram até então razões que possam sugerir haver qualquer informação mentirosa nas propagandas de Danilo”, explica o advogado eleitoralista André Coutinho, um dos coordenadores jurídicos da campanha de Danilo.

Nas inserções de rádio e televisão, a campanha de Danilo tem exposto a postura de Marília nas duas situações e usa como referência matérias jornalísticas para esclarecer o eleitor. No caso do orçamento secreto, um instrumento condenado por instituições fiscalizadoras, as propagandas de Danilo mostram que Marília cadastrou emendas no valor de R$ 3,6 milhões para instituições diferentes e tem como fonte principal matéria do Jornal O Valor Econômico. Menciona que o orçamento secreto é, com frequência, um instrumento criticado por não ser transparente para o acompanhamento do cidadão. O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por exemplo, classifica o orçamento secreto como o “maior esquema de corrupção da história do país”.

Já sobre a votação de Arthur Lira para a Presidência da Câmara dos Deputados, para lembrar: Marília à época lançou candidatura própria para cargo na Mesa Diretora, numa decisão contrária à orientação dada pelo então partido dela, o PT, e tendo ela o apoio de Arthur Lira. O deputado Arthur Lira, agropecuarista e empresário filiado ao PP, acabou eleito presidente da Casa com o apoio da bancada bolsonarista.