09/03/22
Por Cinthya Leite
blogfolhadosertao.com.br
Atitude está em sintonia com a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), que considera precoce e intempestiva a suspensão do uso de máscaras
André Longo, secretário Estadual de Saúde, continua a defender o uso de máscaras por toda a população – FOTO: HÉLIA SCHEPPA/SEI
Com a melhora de todos os indicadores da pandemia de covid-19 em Pernambuco, como queda no número de casos graves, internações e óbitos, a possibilidade de liberação do uso de máscaras tem sido debatida por setores da sociedade. Mas, na visão das autoridades locais, o momento ainda é para se continuar com o incentivo do uso da máscara por todos. É o que garante, à coluna, o secretário Estadual de Saúde, André Longo: “Nossa posição continua a mesma! As máscaras estão mantidas em Pernambuco”, assegurou.
A atitude do governo de Pernambuco está em sintonia com a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), que considera precoce e intempestiva a medida anunciada pela Prefeitura do Rio de Janeiro de suspender a obrigatoriedade do uso de máscaras em espaços fechados. “O Brasil e o mundo ainda se encontram em uma situação de pandemia, com imensas desigualdades no acesso a vacinas dentro e fora do País. Além disso, ainda não temos a real magnitude do incremento de casos provocados pelas aglomerações do feriado de Carnaval, o que exige prudência e precaução até que possamos ter uma avaliação mais sólida da situação da pandemia no município do Rio de Janeiro, bem como na região metropolitana”, esclarece, em nota divulgada ontem, a Abrasco.
Estamos num momento em que ainda há os bolsões de não vacinados contra covid-19, assim como os que ainda estão para receber a segunda dose e também aqueles que resistem a tomar a dose de reforço. Sem essa equalização na cobertura vacinal, contemplando também a população pediátrica (entre crianças, a imunização permanece lenta), novas variantes poderão surgir. E não sabemos com que potencial de disseminação e preocupação elas podem despontar. Ou seja, permanece uma série de incertezas em relação a médio e longo prazo, o que inclui também a duração da imunidade protetiva contra o coronavírus – aquela alcançada graças à imunização.
Portanto, neste momento, ao invés de se dedicarem para anunciar o fim da obrigatoriedade da máscara, gestores deveriam estar preocupados em identificar e buscar pessoas que precisam completar o esquema vacinal, como também tomar a terceira dose. Afinal, enquanto houver não vacinados, há risco aumentado de novos surtos de covid-19, com possibilidade de acometer pessoas com maior risco de agravamento pela infecção. Entre elas, aquelas que são idosas e imunocomprometidas. Por sinal, são essas pessoas também que têm motivos para usar máscaras enquanto houver pandemia.
Ao longo de dois anos de pandemia, as máscaras se mostraram uma medida preventiva eficaz e que podem ser usadas até mesmo quando acabar a emergência sanitária, nos momentos em que tivermos sintomas gripais ou quando não nos sentirmos seguros.