22/07/20
Por Laryssa Borges/blogfolhadosertao.com
Ex-juiz da Lava Jato é acusado de parcialidade pela defesa do ex-presidente Lula
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nunca escondeu suas críticas ao ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro. Em junho de 2019, chegou a votar pela libertação imediata do ex-presidente Lula, o mais notório dos condenados no petrolão, enquanto o tribunal não chegasse a uma conclusão sobre a legalidade do ex-magistrado à frente da operação Lava Jato.
Era uma maneira de Mendes confrontar Moro publicamente – mas a proposta não teve apoio suficiente no STF e Lula só acabaria solto após a Corte flexibilizar as regras para a prisão em segunda instância.
Desde então, o ministro do STF aguarda o momento mais propício para levar a julgamento a ação que pode anular condenações feitas pelo ex-juiz na Lava-Jato e colocar todos os atos do ex-magistrado sobre escrutínio público. A escolha da data do julgamento levará em conta o momento político e as chances de vitória da tese de que Sergio Moro não teve a imparcialidade esperada ao conduzir os processos sobre o esquema de corrupção instalado na Petrobras.
Embora o cenário político possa ser favorável a opositores do ex-ministro da Justiça – a edição desta semana de VEJA mostra que Moro é o considerado o alvo a ser abatido em uma ofensiva de setores do Ministério Público Federal e da Procuradoria-geral da República contra a Lava Jato – a pandemia do novo coronavírus deve atrasar ainda mais o desfecho do caso Moro no Supremo. É que, pela sensibilidade do tema e pela importância de se colocar em xeque a principal condenação aplicada na Lava Jato, Gilmar Mendes faz questão de uma sessão plenária presencial para julgar o caso.