13/07/20
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” O Governo existe para servir a sociedade, e não se pode servir sem se ouvir quem é servido.”
Segundo nota encaminhada à imprensa pelo CDL, Sindlojas e outros segmentos parceiros, a decisão do fechamento do comércio em Petrolina nesta segunda-feira (13) foi , mais uma vez, uma decisão pessoal do prefeito Miguel Coelho, que não ouviu o Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus. A informação foi anunciada na noite da última sexta-feira(10), quando inclusive, o comitê estava promovendo uma série de ações, para que a comunidade mantivesse todos os cuidados em relação à pandemia.
A decisão do prefeito, pré-candidato à reeleição, deixou muita gente do comitê chateada, porque não foi ouvido para as decisões que o prefeito tomou , fechando de novo o comércio por conta do aumento do número de casos na cidade. Podem ter reações contrarias, segundo a CDL, Sindlojas e outros parceiros.
O decreto de Miguel Coelho determinou o fechamento do comércio, shoppings, feiras livres, parques e serviços públicos. A orla e as pistas para caminhadas em avenidas de grande fluxo, a exemplo da Monsenhor Ângelo Sampaio, Integração, Estrada da Banana, Ulysses Guimarães, entre outras, serão bloqueadas para evitar aglomerações. Serviços como barbearias, salões de estética, concessionárias de veículos, entre outros segmentos também voltam a fechar. O decreto, por fim, determina a proibição de reuniões religiosas como cultos e missas por 14 dias.
O grupo de empresário de diversos setores da atividade, compostas por 22 entidades, divulgou uma nota manifestando perplexidade em razão da exclusão das entidades representativas dos empregados, trabalhadores e empregadores no planejamento e condução das decisões que impactam severamente a sociedade.
Eis a nota, na íntegra:
“Com a publicação do decreto municipal Nº 050/2020, que adota medidas temporárias para o enfrentamento da emergência em saúde pública decorrente da Covid-19, o Comitê de Petrolina no Combate ao Coronavírus vem manifestar surpresa em razão da exclusão das entidades representativas dos consumidores, empregados, empregadores no planejamento e condução das decisões que impactam severamente a sociedade.
O Comitê foi criado, em meados de abril do corrente ano com a participação de 22 instituições e entidades que atuam no município, vinculadas aos setores produtivos da economia, cultura e segurança, além de outras que se somam a cada dia, tem buscado alinhar dentre todos os segmentos envolvidos, as linhas protocolares determinadas pelos órgãos públicos de saúde e vigilância sanitária no Combate ao Coronavírus.
A campanha desenvolvida pelo Comitê, intitulada “Vai passar, mas só se você fizer a sua parte”, engloba a exibição de 22 outdoors, veiculação de spots em rádios, VT na TV Grande Rio, além de cards replicados em blogs e, sobretudo, redes sociais de cada entidade, com o objetivo de ajudar o poder público no trabalho de educação e conscientização social.
O Comitê de Petrolina entende e apoia todas as medidas de enfrentamento a pandemia de caráter urgente, mas alerta que não é possível manter políticas reativas. O Governo, em todas as esferas (Federal, Estadual e Municipal) atua num processo circular e repetitivo, sem que se proponha uma dinâmica comportamental capaz de ajustar a vida social e a economia de nossa comunidade.
O poder público falha no processo de conscientização da população e ao não exercer adequadamente o poder de polícia. Está claro que somente uma campanha maciça de conscientização; uma maior oferta de transporte público, ao invés de sua redução em uma tábua de horários que mitigue os picos; a instituição e aplicação de penalidades, além de outras medidas são capazes de disciplinar as aglomerações.
O público consumidor em geral, as empresas e os trabalhadores vêm empreendendo todos os esforços no cumprimento às normas de segurança e saúde e vão mais além, mas é imperioso que o poder público se disponha a conversar e a alinhar-se com os esforços da sociedade, principalmente no que se refere ao planejamento e o disciplinamento e uso do poder de polícia. Sem o diálogo constante e produtivo com a sociedade, com a criação e observância de regras de comportamento capazes de evitar ou mitigar a contaminação não há como vencer o vírus.
Reforçamos que os setores produtivos desejam construir parceria e a ajudarem os poderes públicos. Mas, para ter êxito, também precisamos ser ouvidos e vistos por todas as esferas de poder. Nós zelamos pela saúde, pelo emprego e pela economia. Mas, sem uma condução permanente serão muitas e idênticas às batalhas num ciclo infinito, até que não tenhamos mais recursos. A guerra só será vencida com planejamento e esforços conjuntos. A sociedade não quer ser tutelada, quer ser informada, compreendida, auxiliada e servida. O Governo existe para servir a sociedade, e não se pode servir sem se ouvir quem é servido.”