Polícia admite que disputa pelo tráfico de drogas pode ter motivado chacina no Recife

13/01/24
Mareu Araujo
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Informações foram repassadas pela Polícia Civil, em coletiva, na tarde deste domingo (12);  pai e filho estão entre as vítimas

 (Foto: Ruan Pablo/DP Foto)

Foto: Ruan Pablo/DP Foto
Para a Polícia Civil de Pernambuco, a morte de sete pessoas, sendo três da mesma família, na madrugada deste domingo (12), no Alto do Reservatório, em Nova Descoberta, Zona Norte do Recife, pode ter sido motivada pela disputa pelo tráfico de drogas na área.
“Essa é a nossa linha mais forte de investigação até o momento”, afirmou o delegado Ivaldo Pereira, diretor da Diretoria Integrada Especializada (Diresp).
De acordo com o delegado, nem todos os sete eram alvos diretos dos criminosos. As vítimas identificadas pela Polícia são Valdeci Sebastião da Silva, 51 anos; Cláudio José da Silva, 43 anos (irmão de Valdeci); Luiz Fernando da Silva Barbosa, 25 anos (filho de Valdeci); Silvânio José da Silva, 36 anos; Luiz Herculano Alves Filho, 40 anos; Cleiton José Bento, 41 anos; e José Carlos Gomes Bezerra, 37 anos.
“Como os autores chegaram lá e encontraram alguns, eles resolveram matá-los e ceifar todos que estavam ali, em uma queima de arquivo. Foi um crime brutal, injustificável, que a Polícia se compromete em dar em uma resposta rápida e eficiente”, afirmou o delegado.
Questionado sobre o histórico das vítimas, o delegado confirmou que, entre os sete mortos, dois tinham antecedentes criminais — um por homicídio e outro por estupro. Ele também destacou que nenhum estava envolvido em roubo. “Segundo colaboradores da investigação, eles eram pessoas que trabalhavam e se reuniam naquele imóvel para consumir drogas”, disse.
No imóvel, foram encontrados utensílios relacionados ao uso de entorpecentes, como balança de precisão, pratos com resíduos de “pó virado”, descrito pelo delegado como a mistura de crack com ácido bórico, giletes e outros objetos.
Investigação
Através de imagens de videomonitoramento de uma residência próxima ao local da chacina, a polícia confirma que dois carros participaram do ato, mas não informou quantas pessoas estiveram envolvidas.
“Aproveitamos o espaço para convocar toda a população a contribuir, seja presencialmente, prestando depoimentos, ou por meio dos nossos canais de denúncia. Garantimos que a identidade de todos será preservada. Esse apoio é fundamental para que possamos dar uma resposta à altura a esse crime brutal”, concluiu o delegado.

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Com repasse de R$ 19,2 milhões do governo federal, Pernambuco vai construir Casa da Mulher Brasileira no Recife

13/01/24

Imprensa PE
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Miniatura do anexo
A Secretaria da Mulher de Pernambuco assinou um contrato de repasse com a Caixa Econômica Federal no valor de R$ 19,2 milhões para a construção e equipagem da Casa da Mulher Brasileira do Recife. O repasse faz parte do Programa de Proteção à Vida, Fortalecimento da Família, Promoção e Defesa dos Direitos Humanos para Todos, do Ministério das Mulheres. 
 
“O cuidado com as mulheres vítimas de violência doméstica e familiar em Pernambuco é uma das maiores preocupações da nossa gestão. Com o apoio do governo federal poderemos garantir e ampliar os serviços públicos destinados a estas mulheres e ampliar o atendimento especializado para o fortalecimento da rede”, afirmou a governadora Raquel Lyra.
 
A Casa da Mulher Brasileira é um espaço integrado onde são oferecidos diversos serviços especializados para o atendimento de vítimas dos mais diversos tipos de violência contra a mulher. Dentre os atendimentos estão acolhimento e triagem; apoio psicossocial; delegacia; juizado; Ministério Público; Defensoria Pública e promoção de autonomia econômica. Também serão oferecidos brinquedoteca para as crianças, alojamento temporário e transporte, quando necessário. “Por meio deste novo equipamento, as pernambucanas que eventualmente sofrerem algum tipo de violência terão todo o apoio necessário para denunciar o seu agressor e receberão apoio psicológico, abrigo. Este é um serviço extremamente importante, sobretudo para as mulheres em situação de vulnerabilidade”, pontuou a vice-governadora Priscila Krause.
 
Um dos principais objetivos da Casa é facilitar o acesso das vítimas aos serviços especializados num só lugar, para garantir condições de enfrentamento à violência, o empoderamento da mulher e sua autonomia econômica. Além do Recife, o Estado de Pernambuco também terá outras duas unidades da Casa da Mulher Brasileira, uma em Caruaru e outra em Petrolina. 
 
“A implementação da Casa da Mulher Brasileira em Pernambuco é um marco no fortalecimento das políticas públicas para as mulheres. Este espaço é fruto da parceria com o Governo Federal e representa o compromisso da gestão Raquel Lyra em oferecer um atendimento integrado e humanizado para todas as mulheres em situação de violência”, ressaltou a secretária da Mulher de Pernambuco, Juliana Gouveia. 
 
Fotos: Miva Filho/Secom

Com recursos assegurados e obras em ritmo acelerado, Governo Raquel Lyra garante melhorias na mobilidade e urbanização na RMR

13/01/24

Imprensa PE

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Importantes obras como a Via Metropolitana Norte e intervenções de contenção de encostas foram destravadas pela gestão estadual

 

 

O Governo de Pernambuco tem avançado em projetos de mobilidade e urbanização em todo o Estado. Por meio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh), importantes obras foram retomadas com fluxo financeiro assegurado para atender a intervenções prioritárias. Entre os destaques estão as obras de contenção de encostas, como as realizadas em Jardim Monte Verde, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR), que recebem um investimento de R$ 51,8 milhões e já alcançaram mais de 30% de execução. Outro exemplo é a ampliação do Terminal Integrado de Igarassu, também na RMR, atualmente em fase final, com recursos de R$ 31,1 milhões.

“Nosso objetivo é melhorar a qualidade de vida dos pernambucanos e fazemos isso quando aplicamos investimentos nos nossos municípios. Nos últimos dois anos, realizamos entregas e tiramos obras do papel na Região Metropolitana do Recife. Desta forma, retomamos o círculo virtuoso de crescimento em Pernambuco. E esse trabalho segue em todas as regiões para levar desenvolvimento e resolver problemas que se arrastavam por anos, como estamos fazendo com a contenção de encostas, melhoria nos terminais integrados e a conclusão do Ramal da Arena”, destacou a governadora Raquel Lyra.

“Quem percorre Pernambuco hoje vê obras do Litoral ao Sertão. São obras há muito tempo esperadas pela população e que estão transformando a infraestrutura do nosso Estado, facilitando o deslocamento ou garantindo uma vida mais digna. A obra de Jardim Monte Verde é emblemática e beneficiará diretamente mais de 5 mil pessoas residentes na localidade, além de gerar impacto positivo a mais de 23 mil pessoas nos municípios de Jaboatão dos Guararapes e do Recife”, reforçou a vice-governadora Priscila Krause.

Em parceria com o governo federal, o Estado garantiu R$ 267 milhões para a urbanização das comunidades localizadas à margem do Rio Beberibe, em Olinda, através do Novo PAC – Periferia Viva. O Governo de Pernambuco vai investir R$ 130 milhões para o desassoreamento da área, que inclui a dragagem do rio, ampliação, aprofundamento e contenção da calha e regularização das margens do Rio, além da construção de pontes ao longo do Beberibe.

Além disso, foram aprovados projetos de contenção de encostas pelo Novo PAC, abrangendo municípios como Igarassu, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista, Cortês e Camaragibe. Essas obras somam R$ 155 milhões, sendo R$ 97 milhões do governo federal e R$ 58 milhões do governo estadual em investimentos no programa de contenção de encostas.

“As obras de contenção de encostas realizadas pela Seduh abrangem a Região Metropolitana do Recife e a Zona da Mata Sul, áreas com alta densidade populacional e histórico de ocupação em regiões de risco. As intervenções são financiadas com recursos próprios do Estado e transferências do governo federal, beneficiando cerca de 31 mil famílias. Este investimento é quatro vezes maior do que o realizado nos anos anteriores, demonstrando um compromisso com a segurança e o bem-estar das comunidades”, detalhou a secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Simone Nunes.

MOBILIDADE – Aguardada por muitos anos, a obra da Via Metropolitana Norte, no município de Olinda, contempla o alargamento e revestimento do Canal do Fragoso. Executada pela Companhia de Habitação e Obras de Pernambuco (Cehab), tem valor total de R$ 472 milhões, sendo R$ 123 milhões de recursos do PAC, R$ 11 milhões do FGTS e R$ 336 milhões do Governo do Estado. Quando for concluída, a via atenderá a um público de aproximadamente 200 mil habitantes, sendo mais uma via de ligação entre os municípios de Paulista, Olinda e Recife, cujo traçado interliga o acesso da PE-15 à ponte do Janga (PE-001).

A primeira etapa do complexo de obras foi concluída em fevereiro de 2020 e executou 2,3 km de canal e oito pontes. A segunda etapa, que envolve a execução da Via Metropolitana Norte II, foi iniciada em 2019 e prevê o alargamento e o revestimento dos 2,2 km finais do canal, alças de acesso a PE-15, quatro pontes e 6,1 km de vias marginais que ligam a rodovia à ponte do Janga. A obra completa tem previsão de ser finalizada em dezembro de 2025.

Importante intervenção para melhorar a mobilidade e a infraestrutura na Região Metropolitana do Recife, o Corredor Norte-Sul foi contemplado com o alargamento de 2,5 quilômetros da Pan Nordestina, entregue em julho do ano passado, com o aporte de R$ 27,8 milhões. Também foi entregue o alargamento da Ponte do Canal da Malária, resultado do investimento de R$ 1,14 milhão e finalizadas os serviços de instalação de pavimento, passeio e sinalização das estações Paulista e Centro de Convenções, com investimento de R$ 3,72 milhões.

Diferentes ações beneficiam mais de 570 mil passageiros que utilizam diariamente o Sistema Estrutural Integrado (SEI) de transportes com o investimento total de R$ 112,8 milhões. Em fase final, a reforma e ampliação do Terminal Integrado de Igarassu, conta com o investimento de R$ 31,1 milhões. Também está em estágio avançado o Túnel da Abolição (R$ 2,8 milhões), que deve ser concluído até o início de fevereiro e o Giro de Quadra da UPA já foi finalizado com o aporte de R$ 5,2 milhões. Somente o Ramal da Arena, recebeu R$ 38,4 milhões e algumas obras já foram concluídas, a exemplo do Eixo 10.000 (R$ 7,01 milhões) e a terra armada do viaduto V2 (R$ 5,88 milhões).

ILUMINA PE – Ainda para garantir a melhoria na urbanização dos municípios pernambucanos, uma parceria entre o Estado e a Neoenergia promove o Ilumina PE. O programa busca substituir lâmpadas de vapor de mercúrio e sódio por tecnologia LED, priorizando áreas que tinham maiores registros de criminalidade. Somente em 2024, já foram substituídos 12,6 mil pontos de iluminação em 25 municípios. A previsão é alcançar 35 mil pontos até o final de 2026. Já foram formalizadas as quatro primeiras etapas do programa. Até 2026 está prevista a troca de 25 mil lâmpadas, com investimento total de R$ 25 milhões.

Janaina Pepeu/Secom | Hesíodo Góes/Secom |  Yêdo Leonel/Secom |  Rafael Bandeira/Secom

Itamaraty condena perseguição de Maduro a opositores na Venezuela

13/01/24

Por Gustavo Ribeiro

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Itamraty Posse Maduro

Itamaraty divulgou nota condenando perseguição a opositores de Maduro na Venezuela. (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil comunicou neste sábado (11) que acompanha com “grande preocupação” as denúncias de violação de direitos humanos contra opositores do governo do ditador Nicolás Maduro na Venezuela. Ele tomou posse na sexta-feira (10) para um mandato até 2031, obtido após uma eleição marcada por perseguições e prisões de opositores do líder chavista.

“O governo brasileiro deplora os recentes episódios de prisões, de ameaças e de perseguição a opositores políticos”, disse em nota o Itamaraty, que afirmou ser “fundamental que se garantam a líderes da oposição os direitos elementares de ir e vir e de manifestar-se pacificamente com liberdade e com garantias à sua integridade física” para a “plena vigência de um regime democrático.”

Na nota, o Itamaraty pediu que as forças políticas venezuelanas busquem diálogo e entendimento mútuo. Além disso, elogiou os gestos de Maduro para a “liberação de 1.500 detidos nos últimos meses e a reabertura do Escritório do Alto Comissário de Direitos Humanos das Nações Unidas em Caracas.”

VEJA TAMBÉM:

Em conversa por telefone, Macron e Lula pedem que Maduro retome o “diálogo” com a oposição

A posse de Maduro para mais um mandato desencadeou uma série de manifestações de parlamentares e ministros no Brasil. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), classificou a posse como uma “afronta” ao povo venezuelano. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) afirmou ser “lamentável” a posse e disse que “as ditaduras suprimem a liberdade”. Ele lembrou ainda que o governo brasileiro não reconheceu a vitória do ditador nas eleições.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, também condenou o regime de Maduro. “Não é democrático um governo que se vale do aparato militar para perseguir e prender opositores”, opinou. Ministros do governo Lula também se manifestaram. Renan Filho, de Transportes, afirmou que Maduro é um “ditador incansável”. Já o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, falou que a posse é “um ataque aos princípios democráticos.”

O presidente Lula não se manifestou diretamente sobre a posse de Maduro. E, apesar de não reconhecer o resultado da eleição, enviou a embaixadora do Brasil em Caracas, Gilvânia Maria de Oliveira, ao evento de posse.

 

 

Aliança entre as Big Techs e Trump representa a maior ameaça às democracias do mundo desde a ascensão do nazifascismo

13/01/24
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“Haverá muita pressão sobre nossa região e sobre a democracia do Brasil, gerada por forças internas, em forte articulação internacional”, escreve Marcelo Zero
Presidente-executivo da Meta, Mark Zuckerberg, durante evento anual da companhia em Melo Park, no Estado norte-americano da Califórnia
Presidente-executivo da Meta, Mark Zuckerberg, durante evento anual da companhia em Melo Park, no Estado norte-americano da Califórnia (Foto: REUTERS/Manuel Orbegozo)

A imprensa conservadora e a direita brasileira são bastante curiosas em suas avaliações sobre as ameaças à democracia.

Exibem uma compulsiva e pungente preocupação com grandes potências militares, econômicas e geopolíticas, como Cuba e Nicarágua, por exemplo, que, como se sabe, exercem forte e solerte influência em todo o mundo.

Outra pujante potência, no auge de seu poderio, a Venezuela, tornou-se, por sua parte, uma verdadeira obsessão. Pelo que lemos e ouvimos, Maduro não é só maior ditador da história da humanidade, mas também uma gravíssima ameaça ao Brasil e a toda a América Latina.

Mesmo com o governo brasileiro não tendo reconhecido o resultado das recentes eleições e esfriado muito as relações com Caracas, após o desapontamento com o descumprimento do Acordo de Barbados, a nossa mídia, furiosa com a posse de Maduro, exige condenação enérgica do Brasil, a qual implicaria o rompimento das relações diplomáticas com Caracas e a inviabilização definitiva de quaisquer negociações com o governo “de facto” do nosso estratégico vizinho. Querem que Lula repita o erro crasso de Bolsonaro, que agravou os problemas internos da Venezuela. As draconianas sanções e o isolamento só prejudicam a população mais pobre e frágil da Venezuela.

Mas a questão central aqui é que esses países, curiosamente todos de esquerda, não representam ameaça à democracia brasileira, embora existam muitos atritos atuais entre Manágua e Brasília e Caracas e Brasília. Tampouco representam real perigo para as democracias da nossa região e para o mundo.

Quem acha que Maduro tem condições de intervir em Essequibo, por exemplo, está extremamente mal-informado ou faz “análises fake”.

Mesmo potências reais, como China e Rússia, não representam nenhuma ameaça à nossa região. Só quem teve o cérebro congelado durante a primeira Guerra Fria acredita nos cânones da segunda Guerra Fria.

Se a nossa mídia conservadora procura verdadeiras ameaças à nossa região e às nossas democracias deveria olhar para outras direções. Mais especificamente, deveria mirar para o Norte do continente americano.

Lá, está prestes a tomar posse, na maior potência do planeta, um presidente que, além de não ter compromisso algum com democracia, tanto interna quanto externamente, é escancaradamente intervencionista e expansionista.

Segundo várias organizações estadunidenses comprometidas com a defesa da democracia, como a American Progress e a American Civil Liberties Union (ACLU), Trump, baseado no Projeto 2025, da organização de extrema-direita Heritage Foundation, intentará implantar um “presidencialismo imperial” nos EUA, uma espécie de “autocracia”, à semelhança de países como a Hungria, por exemplo.

Essa agenda antidemocrática está fundamentada na “teoria unitária do Executivo”. Essa filosofia de governo, visa a minar a separação tradicional de poderes e a conferir ao Presidente controle quase completo sobre a burocracia federal, incluindo agências independentes designadas pelo Congresso, ou ainda o DOJ e o FBI.

Nesse sentido, a agenda inclui a constituição de banco de dados de pessoal leal à extrema-direita para potencialmente substituir dezenas de milhares de servidores públicos federais; uma ferramenta educacional privada online para treiná-los; e um manual com planos de transição para cada agência federal. A Heritage Foundation pretende incluir 20.000 pessoas no banco de dados e já está levando seus esforços de recrutamento para todo o país.

A ideia básica é substituir a burocracia profissional por uma burocracia fortemente politizada.

Na realidade, Trump já está dedicado, há meses, a aparelhar toda a máquina do Estado com indivíduos que, por mais desqualificados que sejam, lhe dediquem fidelidade canina. Ele quer, inclusive, que todos os funcionários públicos prestem juramento ao MAGA.

Toda, ou praticamente toda a sua equipe, é composta por gente ligada ao MAGA e às suas propostas de extrema-direita. Quadros republicanos conservadores, porém moderados e racionais, estão sendo excluídos.

Como já escrevi, é uma Armada de Brancaleone de gente desqualificada, mas que terá imenso poder para cumprir as tarefas mais estapafúrdias e de legalidade duvidosa.

Ressalte-se que a maioria de extrema-direita da Suprema Corte dos EUA proferiu, recentemente, uma decisão que abalou a democracia estadunidense e que praticamente coloca o Presidente acima da lei, pela primeira vez na história americana. A Suprema Corte, com efeito, reescreveu a constituição americana ao decidir que o Presidente é amplamente imune a processos criminais e, portanto, não pode ser responsabilizado se violar leis, ao realizar “atos oficiais”.

Faz parte também dessa agenda reacionária procurar restringir ou dificultar o voto para grupos demográficos que tendem a votar nos Democratas. Trump quase que certamente rescindirá a Ordem Executiva 14019 do Presidente Biden sobre a Promoção do Acesso ao Voto. Essa Ordem Executiva inclui medidas destinadas a mitigar barreiras para indivíduos com deficiências e melhorar a educação do eleitor e as oportunidades de registro sob a Lei Nacional de Registro de Eleitores (NVRA). Isso incidiria, majoritariamente, sobre negros, latinos e pobres em geral.

Muito provavelmente, também Trump intentará um processo do que se chama nos EUA de gerrymandering. Trata-se de controverso método de desenhar ou redesenhar os distritos eleitorais, de forma a se obter vantagens para candidatos políticos de determinado perfil. Neste caso, haveria o redesenho dos distritos eleitorais para beneficiar candidatos conservadores.

A ideia de Trump, da Heritage Foundation e do MAGA é, portanto, a de tentar consolidar e eternizar uma opção política de extrema-direita nos EUA e de limitar fortemente o escopo da democracia estadunidense.

Pois bem, nesse diapasão, o controle da informação é fundamental.

Daí a centralidade do esforço em tornar a internet e as redes sociais um território livre, não para quaisquer manifestações, como alegam Musk e Zuckerberg, mas sim para as manifestações da extrema-direita, do discurso de ódio, das fake news etc.

Ao contrário do que se alega, os algoritmos das Big Techs e das redes sociais não são neutros. São manipuláveis e manipulados por grandes interesses econômicos e valores conservadores.

Como bem argumentou Robert McChesney, em sua obra How Capitalism is Turning The Internet Against Democracy (“Como o Capitalismo está Tornando a Internet Um Instrumento contra a Democracia”), o mundo da internet é principalmente dominado pelos interesses de grandes companhias, que efetivamente moldam a rede mundial de computadores. Com efeito, essas grandes companhias, com suas tecnologias proprietárias e seu imenso poder de produzir e controlar informações, transformam a internet numa grande plataforma de afirmação crescente de seus interesses próprios e particulares, em detrimento, muitas vezes, do interesse público.

Esse processo vem se intensificando, nos últimos anos, dado o poder crescente das Big Techs em monetizar, difundir e controlar as informações não somente dos cidadãos dos EUA, mas os de todo o mundo, com algumas exceções, como os da China, por exemplo.

Há de se considerar que, com o surgimento da mal chamada “inteligência artificial”, que não é inteligência e nem artificial, como bem observa o grande neurocientista Miguel Nicolelis, os algoritmos dessas empresas se tornaram bem mais sofisticados e eficazes. Sua capacidade de produzir dissonância cognitiva e de criar realidades paralelas aumentou exponencialmente.

Para se ter uma ideia do poder dessas Big Techs, pode-se mencionar que, em 2026, os “data centers” dessas empresas consumirão 1.000 terawatts de energia elétrica, o equivalente ao consumo de todo o Japão. E, para cada consulta individual média em inteligência artificial, gasta-se cerca de meio litro de água doce, pois a rede monumental de servidores precisa ser resfriada.

Em tal sentido, a aliança de Musk e de Zuckerberg com Trump e sua agenda de extrema-direita e antidemocrática é algo extremamente preocupante. Observe-se que outras Big Techs, como a Google, por exemplo, deverão se somar a esse, assim digamos, “esforço de contrainformação”.

É por isso que Daniel Ziblatt, professor da Universidade Harvard e coautor da obra “How Democracies Die” afirmou recentemente, ao Washington Post, que: “Já estávamos, nos últimos 10 anos, em um processo de decadência democrática, mas esta eleição de Trump só vai acelerar esse declínio.”

Trump e as Big Techs pretendem criar uma espécie de “super-Goebbels” extremamente sofisticado e danoso à democracia.

Note-se que esse não é um empreendimento nacional, algo restrito aos EUA.

É, na realidade, um esforço mundial, que envolve articulação de toda a extrema-direita internacional, inclusive a brasileira.

Haverá, assim, muita pressão sobre nossa região e sobre a democracia do Brasil. Pressão gerada por forças internas, em forte articulação internacional. Uma espécie de 8 de janeiro digital, com o objetivo de atingir nossa democracia e nossa soberania.

A designação de Marco Rubio para Secretário de Estado é um péssimo sinal e já há até um pedido da Subcomissão Global de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados dos EUA à OEA, requerendo informações sobre o suposto fato de o Brasil “desrespeitar a liberdade de expressão e impor censura”. No governo Trump, isso poderá se traduzir em sanções efetivas contra nossas instituições democráticas.

No plano externo, Trump não quer aliados, quer súditos.

Por isso, da próxima vez que Trump falar em tomar a Groenlândia ou o Canal Panamá é bom não rir ou desconsiderar como mero delírio megalomaníaco, pois o verdadeiro plano é bem mais ambicioso: trata-se de tomar de assalto as democracias do mundo.

É ameaça real e ampla que requererá a reação de todos.

Pernambuco se consolida nacionalmente na geração de emprego e amplia ações de estímulo ao empreendedorismo

13/01/24

Imprensa PE
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Nos últimos dois anos, Pernambuco contabilizou um saldo positivo de 123.793 novos postos de trabalho, somando os empregos gerados ao longo de 2023 e em 2024 até novembro – os dados de dezembro serão divulgados pelo Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), ainda este mês. Com os resultados obtidos mensalmente, o Estado vem liderando a geração de empregos no Nordeste e se mantém entre os destaques nacionais, atrás do Rio de Janeiro, São Paulo e dos três estados do Sul do país. O recorte positivo no número de carteiras de trabalho assinadas se soma a iniciativas do Governo Raquel Lyra para qualificar a população, a exemplo do Qualifica PE, e para ampliar as ações de empreendedorismo no território pernambucano, como o Bora Empreender e a oferta de linhas de crédito especiais. A gestão estadual também tem investido em parcerias com o governo federal para a expansão da Casa do Trabalhador e assim otimizar os índices de empregabilidade.
 
“Os dados divulgados pelo Novo Caged mês a mês nos mostram que estamos no caminho certo. Pernambuco tem profissionais qualificados em todas as áreas de atuação, que merecem oportunidades para mostrar sua competência e talento. Cada emprego gerado simboliza renda e dignidade não para uma pessoa apenas, mas para famílias inteiras. Queremos formar trabalhadores cada vez mais preparados e por isso lançamos o Qualifica PE. Também apoiamos aqueles que querem abrir seu próprio negócio com iniciativas como o Bora Empreender e Bora Empreender Mulher”, afirmou a governadora Raquel Lyra.
 
No ano passado, de janeiro até novembro de 2024, por exemplo, foram gerados 72.451 novos empregos em Pernambuco, o que representa um crescimento de 19,5% em relação ao mesmo período do ano anterior segundo dados do Novo Caged. A evolução ocorreu em quase todos os meses de 2024, com saldo positivo de empregos até mesmo no mês de março, que fechou positivo pela primeira vez desde que o Novo Caged foi criado. 
 
“Quando afirmamos que Pernambuco está retomando seu protagonismo no Nordeste não é da boca para fora, de maneira abstrata. Somos líderes na geração de emprego na região como os dados do Novo Caged apontam. Se há mais oportunidades de trabalho para homens e mulheres é porque cada vez mais empresas abrem suas portas no Estado. E fazem isso por confiarem na seriedade da gestão estadual. Emprego gera renda e renda gera menos desigualdades sociais e assim Pernambuco vai mudando para melhor”, declarou a vice-governadora Priscila Krause.
 
QUALIFICAÇÃO – O Estado vem investindo na qualificação do trabalhador pernambucano por meio do Qualifica PE, executado pela Secretaria de Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo (Sedepe) em parceria com entidades que compõem o Sistema S, como Senai, Senac e Sebrae. Composto pelas modalidades Qualifica Trabalho e Qualifica Empreendedor, o programa também desenvolveu projetos para públicos específicos, como o Centro de Qualificação da Mulher; o Trabalho e Renda Acessível (em parceria com a Fundação Altino Ventura)g; o Qualifica Trabalho – Sistema Prisional; e a Jornada de Qualificação do Jovem. Ao todo, foram ofertadas 30.350 vagas em cursos e trilhas de palestras e oficinas.
 
Alunos das primeiras turmas do Qualifica PE já se formaram e estão prontos para ingressar no mercado de trabalho. A qualificação profissional oferecida pelo Governo do Estado abrange os setores de Comércio, Serviços, Indústria e Tecnologia. Quem participou do programa teve acesso a aulas de gestão de negócios, marketing digital, vendas, moda, construção civil, mecânica, hotelaria, entre outras áreas. A projeção é de que, até o fim de 2026, o Qualifica PE chegue à totalidade dos municípios pernambucanos, contemplando cerca de 150 mil pessoas.
 
“Pernambuco está crescendo, fomentando o mercado de trabalho com mais vagas e, ainda, com o avanço das qualificações, que ampliam as possibilidades dos trabalhadores pernambucanos. No que diz respeito ao empreendedorismo, estamos abrindo mais espaços com o Bora Empreender. Vale destacar, também, o nosso apoio à economia solidária. Entre outras ações, retomamos a Conferência Estadual de Economia Popular e Solidária, que estava inativa há 10 anos. Assim, vamos ampliando o ambiente de negócios para os micro e pequenos empreendedores e gerando novas oportunidades”, pontuou a secretária de Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo, Amanda Aires.
 
EMPREENDEDORISMO – Com o Bora Empreender e Bora Empreender Mulher, executados por meio da Agência de Empreendedorismo do Estado (AGE), o governo estadual aliou qualificação empreendedora e microcrédito para possibilitar que os pernambucanos e pernambucanas possam abrir seu próprio negócio e criem novos postos de trabalho. A AGE encerrou o ano de 2024 somando R$ 22.331.819 liberados para fomentar os negócios locais. Dentro da sua proposta de crédito responsável, a agência reduziu a média de inadimplência para 3,29% ao ano. O resultado acontece em meio a uma mudança positiva, que contraria o aumento dos débitos dos anos anteriores – 11,68% em 2021; 12,45% em 2022; e 13,62% em 2023. De maneira democrática, trabalhadores informais, MEIs, Micro Empresas e Empresas de Pequeno Porte puderam usufruir de empréstimos que variavam de R$ 1.000,00 a R$ 3 milhões, de acordo com a realidade de cada um. 
 
A Superintendência de Pequenos Negócios foi responsável pelo financiamento de mais de R$ 10 milhões para os empreendedores de menor porte, enquanto a de Operações Especiais liberou mais de R$ 12 milhões para as marcas mais robustas. As operações para Microempreendedores Individuais (MEIs) atingiram mais de R$ 2,4 milhões liberados e um crescimento de 700% em relação ao ano anterior. Em especial, nesse campo do microcrédito, 255 negócios foram contemplados em 2024, entre novos clientes e renovações. 
 
“O ano de 2024 foi desafiador no sentido de que trabalhamos muito para possibilitar crédito para categorias relevantes e que merecem toda a atenção, que são os microempreendedores individuais e o nosso público-alvo do microcrédito. No caso dos MEIs, conseguimos saltar de 30 negócios fomentados em 2023 para 255 em 2024. Em termos de recursos, pulamos de R$ 340 mil, liberados em 2023, para R$ 2,4 milhões no ano passado, um crescimento acima dos 700%”, destacou a diretora-presidente da AGE, Angella Mochel.
 
Além da liberação de financiamento em 132 municípios de todas as regiões, a AGE também percorreu o Estado com a sua Caravana do Crédito. O formato itinerante, que garante a interiorização das ações da Agência de Empreendedorismo, chegou a 24 municípios no último ano. Com mais de mil atendimentos realizados, a caravana passou por cidades como Araripina, Buíque, Bom Jardim, Bezerros, Igarassu, Palmares e Paulista.
 
Fotos: Miva Filho/Janaína Pepeu/Rafael Bandeira/Secom
 Gabriel Santana/Sedepe

Direita embaralha nomes para 2026 e dá respiro momentâneo a aliados de Lula

13/01/24
Redação Jornal de Brasília
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Apoiadores do petista avaliam que a desorganização da direita pode levar a uma fragmentação na eleição, além de evidenciar a perda de controle de Bolsonaro sobre o segmento

 

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Foto: Reprodução   JOELMIR TAVARES SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

A indefinição do bolsonarismo para 2026, com a inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL) e a multiplicação de pré-candidaturas, é vista por aliados de Lula (PT) como favorável para o campo governista, enquanto persistem dúvidas sobre a busca de reeleição pelo presidente ou a tentativa de fazer um sucessor.

Apoiadores do petista avaliam que a desorganização da direita pode levar a uma fragmentação na eleição, além de evidenciar a perda de controle de Bolsonaro sobre o segmento. Lula é tratado como o plano A do PT para a disputa, mas a decisão dependerá de fatores como saúde e vontade de concorrer.

A lista de interessados no espólio eleitoral de Bolsonaro, que está impedido de disputar eleições até 2030, ganhou reforços nos últimos dias com os anúncios do influenciador Pablo Marçal (PRTB) e do cantor Gusttavo Lima (sem partido) de que são pré-candidatos à Presidência.

O grupo de cotados já contava com os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) -único que se coloca abertamente como presidenciável-, Romeu Zema (Novo-MG), Ratinho Jr. (PSD-PR) e Eduardo Leite (PSDB-RS). Há um apelo para que o campo se unifique.

Um ponto que caminha para ser consenso, de acordo com quadros influentes do universo político ouvidos pela Folha de S.Paulo -tanto no governo quanto na oposição-, é que a economia será decisiva para a competitividade de Lula. Mais do que índices oficiais, terá peso a percepção do eleitorado.

As movimentações na direita e centro-direita ocorrem sob a análise de que é remota a possibilidade de Bolsonaro reverter sua situação judicial a tempo da próxima eleição. Ao mesmo tempo, entende-se que ele é um cabo eleitoral importante, por conservar capital político.

Bolsonaro dá indicações de que repetirá a prática de Lula em 2018 de registrar candidatura como cabeça de chapa e, com a recusa da Justiça Eleitoral, ser substituído pelo vice, na época Fernando Haddad (PT). No caso de agora, o nome cotado para vice é o do filho Eduardo, deputado federal pelo PL.

A resistência de Bolsonaro em ungir um sucessor prolonga as incertezas. Tarcísio é tido como opção natural, mas mantém o discurso de que buscará a reeleição no estado, deixando aberta apenas a possibilidade de concorrer ao Planalto em 2030, quando estaria no fim do segundo mandato.

A estratégia jurídica do ex-presidente, que foi indiciado pela Polícia Federal no inquérito sobre a trama para dar um golpe de Estado no país em 2022, hoje se mistura aos passos eleitorais do clã.

Bolsonaro hesita em indicar um candidato de sua preferência com o intuito de resguardar sua força política, num empenho para mobilizar a opinião pública e se armar para os embates no STF (Supremo Tribunal Federal).

Adversários do ex-mandatário enxergam as articulações de líderes da direita como tentativas de ocupar o vácuo deixado por ele, mas especulam que o número de concorrentes deve se afunilar até o ano que vem.

A eventual entrada de Gusttavo Lima, por exemplo, é vista com ceticismo. A leitura é a de que o cantor busca holofotes para impulsionar uma candidatura ao Senado, mas dificilmente teria aval de um partido relevante para uma aventura mirando o Planalto. O artista tem proximidade com Caiado.

Já as intenções de Marçal são levadas mais a sério, em virtude do potencial que ele demonstrou na eleição para a Prefeitura de São Paulo, atraindo bolsonaristas e quase chegando ao segundo turno. As ações das quais é alvo na Justiça Eleitoral e que podem torná-lo inelegível são, no entanto, um obstáculo.

A estratégia de autopreservação de Bolsonaro tem potencial para desagregar os pré-candidatos e partidos que orbitam seu nome e resultar em um racha. No cenário projetado, aliados hesitariam em embarcar no plano do ex-presidente de forçar sua candidatura, o que poderia se arrastar até perto da eleição.

O calendário dos governadores é diferente, já que, para eles, há a exigência legal de renunciar ao cargo até abril de 2026 para concorrer ao pleito nacional. No caso dos que estão no segundo mandato e não podem tentar a reeleição, esperar uma definição do ex-presidente é algo ainda menos provável.

O governador de Goiás é tido como o mais convicto em relação à candidatura e alguém pouco disposto a recuar. Apesar da aspiração nacional, Caiado é considerado um líder político ainda restrito ao plano local, o que pode ser um empecilho. O mesmo é dito sobre Zema, Ratinho e Leite.

Na seara governista, as alternativas citadas em caso de ausência do presidente nas urnas são os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Camilo Santana (Educação) e Rui Costa (Casa Civil). Também voltaram a circular rumores sobre Flávio Dino, que trocou o governo pelo STF, mas o entorno do ministro descarta a hipótese de que ele renuncie ao cargo para regressar à política partidária.

Falando sob reserva, o presidente de um partido do centrão afirma que a existência de mais candidaturas de direita seria ruim porque resultaria em ataques mútuos e complicaria alianças no segundo turno.

Já o cientista político Antonio Lavareda diz que uma aglutinação na segunda etapa fortaleceria o projeto comum, por somar as bases eleitorais de cada candidato.

“Num primeiro momento, a pulverização associada ao enfraquecimento do líder da direita no país é benéfica para o campo lulista, já que ‘desorganiza’ a ação das forças oposicionistas e torna mais difícil produzir convergências entre esses atores”, afirma ele, acrescentando que a candidatura de Lula em 2026 “depende menos de sua saúde física do que da saúde da economia brasileira”.

Supersalários em governos estaduais chegam a R$ 49 mil

13/01/24

Folha de S Paulo
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Os governos estaduais enfrentam desafios significativos na gestão de pessoas, com discrepâncias salariais e excesso de tabelas remuneratórias, segundo o Anuário de Gestão de Pessoas no Serviço Público, lançado em 2024 pelo Instituto República.org. O estudo revela que carreiras de elite, como auditores fiscais e procuradores, frequentemente recebem salários acima do teto constitucional, enquanto profissionais de menor nível contam com poucos incentivos financeiros.

Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, um auditor fiscal pode ganhar até R$ 49 mil, superando o teto de R$ 44.008,52. Bruno Carazza, professor da Fundação Dom Cabral, questiona os critérios de valorização: “Qual é o critério para se dizer que uma carreira é mais importante do que a outra? Por exemplo, a preservação da natureza no momento em que vivemos deveria ser valorizada pelo Estado, mas um gestor ambiental ganha metade do salário de um auditor fiscal”.

A falta de transparência e mecanismos de controle agrava a situação. Vanessa Campagnac, do Instituto República.org, afirma: “O Estado brasileiro é um enorme produtor de dados, com muita coisa sistematizada, mas ainda existem lacunas importantes em relação a salários. Nem todos os portais de transparência dos estados trazem informações de todas as carreiras”.

Essas desigualdades podem impactar negativamente a motivação dos servidores e o interesse em atuar no setor público. Campagnac ressalta: “A motivação extrínseca é [fazer o servidor se sentir] valorizado, reconhecido e dar ânimo para ele continuar se desenvolvendo. O profissional, por mais que seja vocacionado, vai ter problemas em receber remuneração aquém do desafio que está na mão dele”.

O cenário nos estados é mais grave do que na União. Apesar de os salários elevados de servidores do Executivo federal, é raro ter profissionais recebendo acima do teto, de acordo com especialistas. A maior remuneração é do delegado da Polícia Federal, que ganha R$ 36 mil. (Folha)