Investigação da PF: Bolsonaro atuou para vender joias e recebeu valores em dinheiro vivo

12/08/23Estadão Conteúdoblogfolhadosertao.com.br

Investigação indica uso do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica do Gabinete Pessoal da Presidência ‘para desviar, para o acervo privado, presentes de alto valor, mediante determinação’ de Bolsonaro

EVARISTO SA / AFP
Jair Bolsonaro – FOTO: EVARISTO SA / AFP

Segundo a corporação, os dados analisados no bojo do inquérito indicam a possibilidade de o Gabinete Adjunto de Documentação Histórica do Gabinete Pessoal da Presidência – responsável pela análise e definição do destino (acervo público ou privado) de presentes oferecidos por autoridade estrangeira ao Presidente – ‘ter sido utilizado para desviar, para o acervo privado, presentes de alto valor, mediante determinação’ de Bolsonaro.

Os investigadores implicaram diretamente o ex-presidente nas duas hipóteses criminais no centro das apurações. A primeira levanta suspeitas de que o esquema teria ocorrido durante quase toda a gestão de Bolsonaro, entre 2019 e dezembro de 22, com o desvio de presentes recebidos pelo ex-presidente e sua remessa, de forma oculta, para os Estados Unidos, com o avião presencial

PF indica que, naquele País, os presentes foram encaminhados para lojas especializadas nos estados da Flórida, Nova Iorque e Pensilvânia, ‘para serem avaliados e submetidos à alienação, por meio de leilões e/ou venda direta’.

Já a segunda hipótese criminal da PF é a de que o mesmo grupo teria ocultado a ‘origem, localização e propriedade dos recursos financeiros decorrentes da alienação dos bens desviados do acervo público brasileiro’.

“Tais recursos ficaram acautelados e sob responsabilidade do general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, pai de Mauro Cid, e posteriormente transferidos, em dinheiro espécie, para a posse de Jair Messias Bolsonaro“, apontaram os investigadores ao representarem pela abertura da fase ostensiva da investigação.

A PF suspeita que os valores obtidos das vendas eram convertidos em dinheiro em espécie e ingressavam no patrimônio pessoal do ex-presidente da República, por meio de laranjas e sem utilizar o sistema bancário formal, ‘com o objetivo de ocultar a origem localização e propriedade dos valores’.

Em um trecho da representação, a PF cita uma mensagem em que, na avaliação dos investigadores, Mauro Cid ‘deixa evidenciado o receio de utilizar o sistema bancário para repassar o dinheiro ao ex-presidente e então sugere entregar os recursos em espécie, por meio de seu pai’.

“Tem vinte e cinco mil dólares com meu pai. Eu estava vendo o que, que era melhor fazer com esse dinheiro levar em ‘cash’ aí. Meu pai estava querendo inclusive ir ai falar com o presidente ( ..) E aí ele poderia levar. Entregaria em mãos. Mas também pode depositar na conta (…). Eu acho que quanto menos movimentação em conta, melhor ne? (…)'”, afirmou Cid em texto enviado a um outro assessor do ex-presidente em janeiro de 2023.

‘Enriquecimento inadimissível’

A PF narra que, na gestão Bolsonaro, o Gabinete de Documentação História ‘ atribuiu presentes de altíssimo valor, dados por autoridades estrangeiras, ao acervo privado do Presidente da República, adotando uma interpretação que contraria os princípios que regem a Administração Pública’.

“O referido entendimento firmado pela GADH, na gestão do ex-presidente, além de chancelar um enriquecimento inadmissível pelo Presidente da República, pelo simples fato de exercer uma função pública, proporciona a possibilidade de cooptação do chefe de Estado brasileiro, por nações estrangeiras, mediante o recebimento de bens de vultosos valores”, argumentaram os investigadores.

“Os elementos de prova colhidos demonstraram que na gestão do ex-Presidente Jair Messias Bolsonaro, foi criada uma estrutura para desviar os bens de alto valor presenteados por autoridades estrangeiras ao ex-Presidente da República, para serem posteriormente evadidos do Brasil, por meio de aeronaves da Força Aérea brasileira e vendidos nos Estados Unidos, fatos que, além de ilícitos criminais, demonstram total desprezo pelo patrimônio histórico brasileiro e desrespeito ao Estado estrangeiro, cujos presentes ofertados, em cerimonias diplomáticas, podem retratam aspectos de suas culturas e representa um gesto de cortesia e hospitalidade ao Brasil, representado naquele momento pelo Presidente da República”, ressaltou a PF.

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Conheça os dez novos Patrimônios Vivos de Pernamnuco

12/08/23

Imprensa PE

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 1- Escolha dos nomes foi realizada nesta  durante reunião presencial do Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural, na Academia Pernambucana de Letras

 

2- O sertão está muito bem representado   por figuras importantes da cultura e da arte regional, a exemplo do  do forrozeiro  Assiszão, as Cantadeiras do Povo Indígena Pankararu e o Reisado da Comunidade do Saruê, de Santa Maria da Boa Vista.

 

 

O Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), divulga, nesta quinta-feira (10), o resultado final da seleção do concurso anual de Registro de Patrimônios Vivos de Pernambuco (RPV-PE). Foram escolhidos mais dez mestres, mestras e grupos. Assim, o Estado passa a ter 95 Patrimônios Vivos registrados de diferentes regiões do Estado. A eleição ocorreu durante reunião presencial do Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural (CEPPC-PE), na Academia Pernambucana de Letras. Os dez novos eleitos participaram do edital que contou com 103 candidaturas inscritas e 101 habilitadas.
 
Os novos Patrimônios Vivos de Pernambuco são: As Cantadeiras do Povo Indígena Pankararu, de Tacaratu (Sertão de Itaparica); Afoxé Alafin Oyó, de Olinda (Região Metropolitana do Recife); Reisado da Comunidade Quilombola do Saruê, de Santa Maria da Boa Vista (Sertão do São Francisco); Caboclinho Canindé de Goiana (Zona da Mata Norte); Troça Carnavalesca Pitombeira dos Quatro Cantos, de Olinda (Região Metropolitana do Recife); forrozeiro Assisão, de Serra Talhada (Sertão do Pajeú); Coco de Roda Negros e Negras do Leitão da Carapuça, de Afogados da Ingazeira (Sertão do Pajeú); Mestra Nilza Bezerra da Bonequinha da Sorte de Gravatá (Agreste Central); Ilé Axé Oxalá Talabi, de Paulista (Região Metropolitana do Recife); e Mestra Vera Brito, de Vicência (Zona da Mata Norte), artesã que confecciona bonecas com fibra de bananeira e palha de milho.
 
A titulação dos dez novos Patrimônios Vivos está marcada para a próxima quinta-feira (17), Dia Nacional do Patrimônio Histórico, durante cerimônia da 16ª Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco, a ser realizada no Teatro Santa Isabel. Na ocasião também será feita a entrega do Prêmio Ayrton de Almeida Carvalho, premiação promovida pela Fundarpe.
 
Na reunião, na qual foram eleitos os dez novos Patrimônios Vivos, o Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural fez a leitura dos critérios e diretrizes que foram norteadores para a difícil missão da avaliação das candidaturas e escolha dos contemplados.
 
Entre os pontos construídos pelo próprio CEPPC-PE, foi orientado que se percebesse: o risco de desaparecimento de determinadas linguagens; os segmentos que não tenham sido contemplados; a priorização das interseccionalidades (gênero, risco social, etnia/raça); os que têm pouca visibilidade e acessam menos os editais; a vulnerabilidade social; a relevância do grupo ou pessoa; a regionalização através da representatividade dos municípios; a oportunidade para que pessoas e grupos que não acessam editais de fomento e têm dificuldade na manutenção de suas prática; a relevância do trabalho em prol da cultura, a idade do candidato ou antiguidade do grupo, a avaliação da situação de carência social do candidato, entre outras.
 
“Com grande alegria nós acompanhamos, nesta manhã, a eleição dos mais novos Patrimônios Vivos de Pernambuco, Estado pioneiro nessa política de preservação e que chega ao número de 95 titulações. Além do reconhecimento, essas pessoas e grupos culturais assumem a responsabilidade de transmitir seus saberes e tradições às gerações do presente e futuro”, celebra Renata Borba, presidente da Fundarpe e secretária em exercício da Secult-PE.
 
“O Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de Pernambuco parabeniza os dez novos Patrimônios Vivos que passam a integrar a lista do Estado e que certamente vão contribuir para a propagação dos seus saberes e das suas culturas entre a sua comunidade e pelo mundo, e também para a preservação dos nossos saberes e fazeres culturais”, destaca Ana Barbosa, presidente do CEPPC/PE.
 
HISTÓRIA – Pernambuco foi o primeiro Estado a implantar efetivamente uma política de registro das tradições culturais populares e de valorização dos detentores desses conhecimentos tradicionais.
 
A Lei Estadual nº 12.196, de 02 de maio de 2002, instituiu a concessão do título de Patrimônio Vivo do Estado Pernambuco (RPV-PE), que prevê o pagamento de uma pensão vitalícia para os mestres e ou grupos culturais, selecionados por meio de edital público, lançado anualmente.
Como contrapartida, é dever do Patrimônio Vivo participar de programas de ensino e de aprendizagem dos seus conhecimentos e técnicas organizados pela Secretaria de Cultura do Estado.
Tem-se, desta forma, a garantia que os saberes de um povo não se extingam, com a morte de um mestre ou grupo da arte de fazer, mas que se perpetue, com seus alunos e aprendizes.
Quando passou a vigorar, ficou estabelecido que a cada ano deveriam ser registrados três novos nomes. Em 2016, em virtude do aumento significativo de inscrições para concorrer ao RPV-PE, houve a necessidade de ampliar o número de bolsas concedidas.
Assim, a Lei nº 15.944, de dezembro de 2016, aumentou de três para seis o número de bolsas anuais outorgadas aos mestres, mestras e grupos da cultura popular pernambucana.
LEI DO PATRIMÔNIO VIVO – A Lei de Registro do Patrimônio Vivo significa um grande avanço das políticas públicas para salvaguardar os patrimônios culturais de natureza imaterial do Estado. Ao longo dos últimos anos o incremento das inscrições de candidaturas em todas as regiões de Pernambuco, levou a necessidade de ampliar mais uma vez o número de bolsas concedidas.
Já a Lei nº 17.489, de 25 de novembro de 2021, aumentou de seis para dez o quantitativo máximo de candidatos contemplados no RPV-PE. Atualmente, para pessoa física, a bolsa é de R$ 2.041,53 (dois mil reais, e quarenta e um reais e cinquenta e três centavos) e para pessoa jurídica, R$ 4.083,10 (quatro mil reais, e oitenta e três reais e dez centavos).
A última atualização legislativa para a política pública foi a Lei nº 18.126, de 28 de dezembro de 2022 alterou a Lei nº 12.196, de 2 de maio de 2002, para possibilitar a autoindicação de candidaturas para concorrer ao processo de inscrição do RPV-PE

Investimento: Novo PAC vai garantir 27 grandes obras na Capital Pernambucana

12/08/23
Imprensa PCR
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Intervenções do governo federal na capital pernambucana englobam construção de habitacionais,  obras de urbanização, requalificação do Mercado de São José, restauração do patrimônio histórico, além de obras em creches e escolas

Novo PAC vai garantir 27 grandes obras no Recife - Blog Cenário Blog Cenário

O presidente Lula lançou, nesta sexta-feira (11), no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que  vai investir R$ 1,7 trilhão nos próximos anos, contemplando a retomada de obras paradas, aceleração de obras em andamento e novos empreendimentos. No Recife, o programa vai beneficiar, neste primeiro momento, 27 obras e serviços.

“Quero parabenizar o presidente Lula por retomar o maior Programa de desenvolvimento do país. O Novo PAC é um marco na reconstrução do Brasil. Uma nação que volta a colocar o pobre no orçamento. O Programa também vai possibilitar um reforço nas ações que já estamos fazendo no Recife, apoiando os investimentos na educação, as obras de contenção de barreiras e de urbanização das áreas mais vulneráveis de nossa cidade”, destacou o prefeito João Campos (foto) , durante o lançamento do programa no Rio de Janeiro.

Dentro das ações do programa federal na capital pernambucana, destacam-se  importantes intervenções para a população. Entre elas, a construção de 952 unidades habitacionais; obras de urbanização em áreas de vulnerabilidade socioambiental, como a do Pilar; a requalificação do Mercado de São José; e restauração do patrimônio histórico, a exemplo da obra de cobertura da Igreja de São José de Ribamar e restauração das Igrejas de Santo Antônio e do Carmo. Além disso, o programa também vai viabilizar obras em creches e escolas e de contenção de encostas, reforçando os grandes investimentos que a Prefeitura do Recife já vem realizando nessas áreas.

O Novo PAC também vai garantir melhorias na rede de esgotamento sanitário e abastecimento de água na cidade, investimentos na rede de saúde e na área de transportes, com a construção de corredores exclusivos de ônibus, entre outras intervenções.

A partir de setembro, no âmbito do Programa, o Governo Federal ainda vai lançar editais que somam R$ 136 bilhões para a seleção de outros projetos prioritários de estados e municípios nas áreas de Cidades (urbanização de favelas, abastecimento de água, esgotamento sanitário, resíduos sólidos, mobilidade urbana e prevenção a desastres naturais); Saúde (UBSs, policlínicas e maternidades); Educação (creches, escolas e ônibus escolares); Cultura (CEUs da cultura e projetos de patrimônio histórico); e Esportes. A partir desta nova etapa, outras obras poderão ser realizadas no Recife dentro do Novo PAC.

COMPAZ –  Durante o lançamento do Novo PAC, no Rio de Janeiro, o Governo Federal também anunciou a nacionalização dos Centros Comunitários da Paz (Compaz). Ao todo serão,  o Programa vai contemplar a construção de 40 Centros Comunitários pelo país.

“O Compaz é um exemplo de política pública que mostra que é possível transformar vidas e revolucionar a realidade social, através de escolhas boas e comprometidas com mudança de paradigma. E o Compaz é uma política pública de sucesso, com resultado comprovados, sendo reconhecido e premiado pela ONU como espaço que apresenta a maior capacidade de redução das desigualdades sociais”

Hoje, o Recife conta com quatro Centros Comunitários da Paz em atividade. Cada unidade está localizada em uma área periférica da cidade, identificada com alto índice de violência. São eles: o Compaz Governador Eduardo Campos (Alto Santa Terezinha), o Compaz Escritor Ariano Suassuna (Cordeiro), o Compaz Governador Miguel Arraes (Caxangá) e o Compaz Dom Hélder Câmara (Coque). Há também duas outras unidades em construção, no Ibura e no Pina, e mais duas a serem iniciadas. Juntas, as quatro unidades atuais atendem uma média de 200 mil pessoas por ano, disponibilizando gratuitamente esportes e atividades culturais, como natação, judô, basquete, futsal, treino funcional, aulas de ballet, bordado, informática, idiomas, entre outros. Também são oferecidos serviços como CRAS, mediação de conflitos, Junta Militar, atendimento psicológico, agência de emprego e espaço de empreendedorismo, além de uma biblioteca pública em cada Compaz.

Em 2022, a rede Compaz ganhou o Prêmio de Serviço Público das Nações Unidas (ONU) que melhor contempla os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e excelência no serviço público. Os equipamentos municipais foram avaliados por critérios da ONU como iniciativa de relevância e qualidade, servindo de referência internacional no atendimento à população. Esse reconhecimento ocorreu pela redução das taxas de criminalidade nas áreas próximas aos centros, que correspondem a 30,3% da população do Recife. Em 2019, o equipamento também recebeu o Prêmio Cidades Sustentáveis e o Oxfam Brasil, sendo reconhecido como o melhor projeto de redução de desigualdade social do país.

Foto: Ricardo Stuckert

Univasf abre inscrições para a X Semana de Ciências Sociais

12/08/23

Ascom Univasf

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A Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) realizará a X Semana de Ciências Sociais, que terá como tema “Descolonizar é preciso? Práticas e Teorias nas Ciências Sociais”. O evento acontecerá no Complexo Multieventos, no Campus Juazeiro, entre os dias 4 e 7 de outubro. A Semana é aberta à participação de estudantes, professores e todos os interessados na temática. As inscrições estão abertas e podem ser feitas até o dia do evento.

Os interessados podem se inscrever pelo site, mediante pagamento de taxa, cujo valor varia de acordo com a categoria do participante. Os valores estão disponíveis na página do evento. Também estão abertas as inscrições para submissão de Grupos de Trabalho (GTs), minicursos e trabalhos para apresentação nos GTs e na forma de pôster. O cronograma de submissão consta no site da Semana.

A X Semana de Ciências Sociais visa proporcionar um espaço de debate e reflexão acerca de temas e problemas da sociedade. A programação conta com conferências, mesas redondas, grupos de trabalho, minicursos, apresentação de pôsteres e lançamento de livros ao longo dos quatro dias.

De acordo com a presidente da comissão organizadora do evento, Luzania Barreto Rodrigues, docente do Colegiado de Ciências Sociais, chegar à décima edição do evento é uma conquista que se deve ao trabalho do corpo docente e discente dos cursos de licenciatura e bacharelado de Ciências Sociais da Univasf. “A intenção é que o debate contribua para a descolonização do conhecimento científico nas instituições brasileiras de ensino, pesquisa e extensão”, diz.

A primeira edição da Semana de Ciências Sociais foi realizada em 2012 e teve como tema “As Ciências Sociais no Nordeste: um desafio”. Desde então, o evento reúne pesquisadores de diversas instituições que se dedicam às discussões acerca dos desafios teórico-metodológicos, para a compreensão da nossa região. A cada ano, o evento estabelece temas diversificados e problemas contemporâneos para serem debatidos a fim de possibilitar contribuições científicas socialmente relevantes e impactantes. Mais informações sobre a X Semana de Ciências Sociais podem ser obtidas no site do evento.

O caso das joias: Polícia Federal pede quebra de sigilos bancário e fiscal de Bolsonaro

12/08/23
Conteúdo Estadão
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Segundo a  jornalista Eliane Catanhêd, do Estadão, a Polícia Federal pediu ao STF a quebra de sigilo fiscal e bancário e a autorização para ouvir Bolsonaro sobre o esquema de venda de joias e presentes

ALAN SANTOS/PR
SIMPATIA Apoio religioso é central para presidente disputar reeleição – FOTO: ALAN SANTOS/PR

A Polícia Federal (PF) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (11) a quebra de sigilo bancário e fiscal, além de autorização para que o ex-presidente Jair Bolsonaro preste depoimento sobre o suposto esquema internacional de venda de joias recebidas durante seu mandato.

O pedido ocorre após a deflagração da Operação Lucas 12:2, que apura se Bolsonaro, seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid e outros dois assessores do ex-chefe do Executivo ‘atuaram para desviar presentes de alto valor recebidos em razão do cargo pelo ex-Presidente para posteriormente serem vendidos no exterior’.

De acordo com o Estadão, a PF também quer ouvir a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro. O FBI, a polícia americana, foi acionada para que as investigações avancem nos Estados Unidos.

A investigação indica a possibilidade de o Gabinete Adjunto de Documentação Histórica do Gabinete Pessoal da Presidência – responsável pela análise e definição do destino (acervo público ou privado) de presentes oferecidos por autoridade estrangeira ao Presidente – ‘ter sido utilizado para desviar, para o acervo privado, presentes de alto valor, mediante determinação’ de Bolsonaro.

PRISÃO

Segundo a jornalista Eliane Cantanhêde, do Estadão, a avaliação é que já haveria indícios e provas suficientes para prender o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o general Mauro Lourena Cid e o advogado Frederick Wassef.

DEFESA DE BOLSONARO

Em nota, a defesa de Bolsonaro disse que o ex-presidente “jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos”:

“Sobre os fatos ventilados na data de hoje nos veículos de imprensa nacional, a defesa do [ex] presidente Jair Bolsonaro, voluntariamente e sem que houvesse sido instada, peticionou junto ao TCU, em meados de março, requerendo o depósito dos itens naquela Corte até final decisão sobre seu tratamento, o que de fato foi feito. O [ex] presidente Bolsonaro reitera que jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos, colocando à disposição do Poder Judiciário sua movimentação bancária”, declarou a defesa.