Sob pressão, XP cancela divulgação de pesquisa que dá vantagem de Lula sobre Bolsonaro

09/06/22

Folhapress

blogfolhadosertao.com.br

***ARQUIVO*** São Paulo, SP, BRASIL, 31-05-2022 - Lançamento do livro Querido Lula: cartas a um presidente na prisão, que terá presença do ex-presidente Lula e vários artistas lendo trechos do livro, no Teatro Tuca, da PUC-SP, na zona oeste da cidade. (Foto: Bruno Santos/ Folhapress)
Lançamento do livro Querido Lula: cartas a um presidente na prisão, que terá presença do ex-presidente Lula e vários artistas lendo trechos do livro, no Teatro Tuca, da PUC-SP, na zona oeste da cidade. (Foto: Bruno Santos/ Folhapress)

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A XP Investimentos cancelou a divulgação da pesquisa do Instituto Ipespe que estava sendo divulgada semanalmente e que vinha mostrando o ex-presidente Lula na frente de Jair Bolsonaro.

Na sondagem divulgada na semana passada, Lula aparecia com 45%, contra 34% do atual presidente da República.

A pesquisa que seria divulgada na próxima sexta chegou a ser registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no sábado (4), sob o número BR-06295/2022. Nesta quarta (8), ela foi retirada do site por determinação da própria corretora.

A Folha de S.Paulo apurou que a pressão sobre a XP já vinha crescendo paulatinamente e explodiu na semana passada, quando o instituto mostrou que 35% dos eleitores consideram que a honestidade é um atributo de Lula, contra 30% que dizem o mesmo sobre Bolsonaro.

Bolsonaristas passaram a atacar a corretora nas redes sociais –um dos mais notórios dele foi o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) que ironizou os resultados em seu perfil no Telegram. “O mesmo instituto deu Lula com 45% e Bolsonaro com 34% kkkkk”, escreveu Flávio.

O deputado federal Bibo Nunes (PL-RS) comentou que “é o mesmo que dizer que o diabo é mais honesto que Jesus. Delírio total! Kkkkkkkk…”.

Ministros de Bolsonaro também já telefonaram para a XP para reclamar dos resultados –que coincidem com os de outros institutos, dentro da margem de erro.

Na esteira dos ataques, clientes, em especial os ligados ao agronegócio, passaram a fechar contas e a retirar investimentos da corretora, segundo apurou a Folha de S.Paulo..

Diretores e acionistas minoritários passaram a fazer questionamentos internos sobre o movimento.

A XP tomou então a decisão de transferir o contrato do Ipespe para uma outra empresa do grupo, menos visada, a Infomoney, que registrou no TSE a pesquisa que seria divulgada nesta semana.

Com a intensidade dos ataques, a XP acabou tomando a decisão radical de simplesmente cancelar a divulgação de seus resultados..

Com isso, a série histórica do Ipespe, que vinha realizando a pesquisa ininterruptamente desde janeiro de 2020, pode ficar comprometida.

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