Tinha torcedor abandonando o estádio. Outros vaiando. Pudera: com 2×0 contra, o Santa Cruz se afundava ainda mais na lanterna do Grupo 4 da Série D do Campeonato Brasileiro. Esse era o cenário do jogo contra o Atlético/BA, no Arruda, até os 30 minutos do primeiro tempo. Pouco depois, no intervalo, aplausos. O que mudou? Dois gols antes e um empate parcial que dava esperanças. Nos 45 minutos finais, veio o gol que cravou a primeira vitória do clube no torneio. Um 3×2 de presente para as mamães torcedoras da Cobra Coral e três pontos para diminuir a pressão. O próximo compromisso da equipe, agora na quinta posição, com quatro pontos, é contra a Jacuipense, no Valfredão.
Em um intervalo de três minutos, o Santa Cruz sentiu na pele os efeitos que só o futebol pode proporcionar – para o bem e para o mal. Primeiro, os pernambucanos tiveram uma chance clara de balançar as redes. Matheuzinho aproveitou falha na zaga, driblou o goleiro e, com a meta aberta, mandou para fora. No lance seguinte, Hadrian não cometeu o mesmo erro. Após cruzamento de Emerson, o meia do time baiano testou firme para fazer 1×0. Um resumo do tradicional “quem não faz, leva”.
Ainda atordoado, o Santa viu o prejuízo aumentar minutos depois, com o mesmo algoz. Hadrian recebeu pelo meio e bateu no canto esquerdo de Klever para ampliar o placar. Daí por diante, esperava-se o pior. Mas como foi dito antes, o futebol proporciona coisas inesperadas e imprevisíveis.
Aos 31, Tarcísio foi derrubado na área. Pênalti que Raphael Macena converteu para tentar recolocar o Santa na partida. O que de fato aconteceu. Antes do intervalo, o mesmo centroavante chutou cruzado e Matheuzinho, antes vilão, completou na pequena área para fazer 2×2.
A dupla Matheuzinho e Macena atacou novamente. O primeiro chutou de longe, o goleiro bateu roupa e o centroavante só teve o trabalho de empurrar a bola para as redes. O antes inimaginável aconteceu: virada tricolor no Arruda.
A recuperação trouxe alívio ao Santa, mas a história do jogo mostrava que não era possível relaxar. Os visitantes subiram a marcação e passaram a pressionar pelo alto. O Atlético teve mais escanteios do que chutes diretos ao gol. No lado coral, muitas vezes a pressa atrapalhou a oportunidade de liquidar o confronto.
Foram várias as chances tanto para um 4×2 ou um 3×3. Traumatizado por tomar gols em finais de jogos na Série D, o Santa sentiu o temor do período dos acréscimos, mas desta vez não houve frustração. Vitória na Série D. A primeira em quatro rodadas. Para os tricolores, a esperança que seja o início de uma sequência positiva.
Ninguém ri, ninguém chora
No Vianão, o Afogados ficou no 1×1 com o Globo/RN, pelo Grupo 3 da Série D. Os pernambucanos seguem no G4 da chave, com sete pontos, na terceira posição. O outro pernambucano do bloco, o Retrô, líder e invicto, ficou no 0x0 com o América/RN, no último sábado, na Arena das Dunas.
Ficha Técnica:
Santa Cruz 3
Klever; Edson Ratinho, Alex Alves, Luan Bueno, Dudu Mandai; Rodrigo Yuri (Elyeser), Daniel e Tarcísio; Matheuzinho (Gilberto), Wescley e Raphael Macena (Rafael Furtado). Técnico: Leston Júnior.
Atlético de Alagoinhas 2
Fábio Lima; Bremer, Lídio, Bruno e Matheus; Lucas Alisson, Leandro Sobral e Giovane (Diego); Hadrian (Italo), Emerson e Cristian. Técnico: Zé Carijé.
Local: Arruda
Árbitro: Mayron Frederico dos Reis Novais (MA)
Assistentes: Fernando Antonio da Silva Junior e John Andson Alves Ribeiro
Gols: Hadrian (aos 8 e 25 do 1ºT), Raphael Macena (aos 31 do 1ºT e 5 do 2ºT), Matheuzinho (aos 42 do 1ºT)
Cartões amarelos: Matheuzinho, Rodrigo, Elyeser (S); Leandro Sobral, Bruno (A)
Público: 4951
Renda: R$ 66. 650,00
