Carnaval x Covid: Academias de Ciências e Medicina de Pernambuco desaconselham realização da folia no estado em 2022

26/11/21

Por Maia Priscila Martins

blogfolhadosertao.com.br

 

Carnaval de rua em Olinda aglomera grandes multidões

Uma das grandes questões que permeiam o cotidiano do pernambucano nos últimos meses é a realização do Carnaval 2022. O cancelamento da folia por algumas cidades e o aumento de casos da Covid-19 em países que flexibilizaram antes do Brasil nos apresenta um cenário negativo para a autorização.

De acordo com as Academias Pernambucana de Ciências (APC) e de Medicina (APM), a realização do Carnaval em 2022 colocaria em risco a população com uma grande exposição ao vírus. Em nota divulgada nesta quinta-feira (25), as academias desaconselharam a realização de festas de fim de ano e Carnaval próximas.

“A gente está acostumado a achar que duzentos está melhor do que trezentos óbitos, mas o que eu estou aqui dizendo é que ainda inaceitável, a gente não pode se tranquilizar até quando tivermos zero óbitos”, comentou o presidente da APM e professor da Universidade de Pernambuco (UPE), Hildo Azevedo.

De acordo com Azevedo, além de enfrentar riscos com aglomerações de pessoas já imunizadas no Brasil, o Carnaval é realizado em um momento em que o País recebe muitas visitas que podem estar não vacinadas contra a Covid-19 e transmitindo com maior eficiência o vírus até variantes. “Os não vacinados são aqueles mesmos que pretendem fugir do inverno europeu e invadir o Brasil e países tropicais em busca de clima de praia e, eventualmente, encontrariam o Carnaval”, informou.

Na nota, as academias expuseram dados sobre as flexibilizações em países europeus, inclusive países com uma taxa de imunização maior do que se tem no Brasil. “O que está acontecendo na Europa é uma prévia do que poderá acontecer no Brasil em 2022, visto que o risco atual no Brasil é superior, por exemplo, ao da Espanha quando iniciou o relaxamento das medidas restritivas com taxa de vacinação superior à nossa”, informa o documento.

Azevedo informou que o grupo leva em consideração a importância do evento, mas que a divulgação das previsões para o que pode acontecer caso ocorra Carnaval deve chegar à população. “Escrevemos essa nota no sentido de não só de alertar a população, mas também poder ajudar as autoridades no sentido de para que possam balizar essa tomada de decisão, que eu entendo que difícil, mas nós fazemos isso pro bem da humanidade para o bem da sociedade brasileira”.

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